Tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, a antiga
Vila Rica surpreende turistas do mundo inteiro com sua riqueza cultural. Palco
da Inconfidência Mineira, a cidade possui belíssimas Igrejas e Museus que
contam um pouco da história da nossa gente.
Este talvez, seja o relato mais antigo que vou compartilhar com vocês aqui no Blog. Redigi esse texto para o Jornal Planeta Legionis, logo após voltarmos dessa viagem, em agosto de 2008. Claro que dei uma enxugada no material, porém, procurei manter a essência e principalmente, o meu olhar da época sobre a viagem.
Este talvez, seja o relato mais antigo que vou compartilhar com vocês aqui no Blog. Redigi esse texto para o Jornal Planeta Legionis, logo após voltarmos dessa viagem, em agosto de 2008. Claro que dei uma enxugada no material, porém, procurei manter a essência e principalmente, o meu olhar da época sobre a viagem.
Começamos nosso passeio por Mariana- MG. Demos uma pequena volta pelo Centro e nos dirigimos à Estação Ferroviária onde pegaríamos o trem rumo a Ouro Preto - MG. O passeio pelos 18 km da estrada de ferro foi um verdadeiro presente da natureza. Paisagens de encher os olhos ao cortarmos rios, montanhas e cachoeiras. Adrenalina total ao entrarmos em um túnel ou quando o trem deixava pra trás penhascos de prender a respiração.
Ao desembarcarmos em nosso destino, fomos direto para a Praça Tiradentes onde um guia se ofereceu para nos acompanhar, aceitamos. O rapaz nos apresentou a Matriz Nossa Senhora do Pilar. Ficamos perplexos diante de tamanha beleza e sensibilidade artística. Destaque aos anjos esculpidos e aos detalhes em ouro e prata em todo o contexto da obra. De lá, nos encaminhamos ao Museu de Arte Sacra, anexo à sacristia da Matriz.
Logo após o almoço, nos dirigimos à Mina mais próxima, que ficava a 40
minutos de caminhada. Segundo moradores, a cidade é um verdadeiro queijo suíço,
em virtude das diversas minas e túneis secretos que cruzam o subsolo. Chegando
lá, fomos recebidos por um guia que se dizia descendente de escravos. Ele nos
relatou, com detalhes, o Ciclo do Ouro no Brasil.
Cada membro da expedição
recebeu uma touca e um capacete para ingressar na mina em segurança. Trocamos
olhares apreensivos e entramos em fila indiana. O túnel era muito apertado e o
chão irregular. Em alguns momentos, tivemos que andar agachados. De repente,
ao olharmos para trás, já não dava mais pra enxergar a entrada. Continuamos a
caminhada e aos poucos nos tornávamos mais ofegantes, pois começava a faltar oxigênio.
Alguns metros
depois, subimos um “morrinho” e chegamos ao lugar exato onde começavam as
escavações. Comentário do guia: “Muitos escravos engoliam pepitas de ouro e
depois as resgatavam nas fezes, para repassá-las sem ter que dar satisfação aos
seus senhores”. Não conseguimos conter o riso. Terminada a expedição, visitamos a Matriz Nossa Senhora da
Conceição, onde foi enterrado Aleijadinho, o grande gênio do Barroco Mineiro. E
a Igreja São Francisco de Assis, que tem arquitetura com inspiração militar e é
a mais famosa obra do artista.
Encerramos nossa tarde visitando a Casa dos Contos
[imóvel que preserva a memória econômica fiscal do Ciclo do Ouro] e o Museu dos
Inconfidentes. Um verdadeiro labirinto de salas e corredores luxuosos e
imponentes, com incontáveis obras de arte. Destaque ao Panteão dos Inconfidentes,
câmara onde se encontram os restos mortais dos principais nomes do movimento,
os pedaços da forca em que morreu Tiradentes e a primeira edição do livro “Marília
de Dirceu”.
Antes de ir embora, nos deliciamos com um saboroso sorvete e passeamos pelas lojas de artesanato da cidade. Cansados, mas muito felizes com o êxito da viagem, entramos no ônibus e um cheirinho de queijo "abençoado" nos acompanhou até chegarmos em casa.
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