Com a JMJ Madrid 2011 no currículo, garantimos nossa segunda Jornada em Julho de 2013, no Rio de
Janeiro- RJ com o Papa Francisco. Na época, escrevi no Jornal Planeta Legionis a
nossa saga sobre as cerca de 24 horas [dias 27 e 28 de julho] em que ficamos
na Praia de Copacabana...confira!
Os dois últimos atos centrais da JMJ foram
transferidos de Guaratiba [que estava alagada] para Copacabana. Mesmo com a
notícia decidimos sair cedo para conseguirmos um bom lugar. Levantamos às 5h da
manhã, tomamos banho e arrumamos nossas mochilas. No entanto, ao abrirmos a
janela, notamos que chovia forte. Adiamos nosso café para as 7h30, pois não
arriscaríamos ficar molhados desde cedo. Mas somente às 9h, quando a chuva
passou, que saimos do hotel.
A maior saga de nossa Jornada
começou com 8 km de caminhada, do Centro à Copacabana. O percurso era
monitorado por soldados do Exército já que a cidade estava tomada por
peregrinos. No Flamengo, estavam sendo distribuídos os “kit vigília”, mas como a
fila estava gigantesca desistimos. Nossa equipe suou a camisa durante o
trajeto, mas a paisagem valeu a pena! Destaque a estonteante Enseada do
Botafogo. A “Juventude del Papa” garantiu uma fantástica animação
principalmente na Avenida das Nações Unidas [literalmente] e nos dois grandes
túneis. Chegando às proximidades da praia, entramos em um hortifruti para
garantirmos alimentos para as próximas 24 horas.
Ao meio dia atravessamos
o calçadão beira-mar mais famoso do Brasil em busca de um cantinho na areia
superlotada. Com dificuldades, encontramos um lugar razoável. Montamos o nosso
“Forte de Copacabana” copiando os europeus que faziam verdadeiras muralhas de
areia com duas ou três camadas pra tentar conter a maré. Não escondemos a
sensação maravilhosa de ver o grupo trabalhar unido. Fincamos nossas bandeiras
do Brasil e de Minas Gerais e fomos curtir o mar, já que o sol brilhava forte.
Tiramos fotos, encontramos alguns conterrâneos da Diocese da Campanha,
ensaiamos o flash mob e nos divertimos pra valer. Sem saber o que o destino reservara
para nós...
Já passava de 16h quando nos reunimos pra fazer um lanche. De
repente, o mar nos surpreendeu e engoliu nosso forte. Não levando por pouco
nossos materiais. Desabrigados, vivemos o que apelidamos de “o maior perrengue
da Jornada”. Recolhemos nossa lona e saímos à procura de um lugar mais afastado
da maré. Missão praticamente impossível com cada metro quadrado da praia
ocupado. Fomos distanciando do palco cada vez mais. O prédio do Copacabana
Palace [sempre uma referência para nós] já se transformara em um pontinho
longínquo. Os minutos se arrastavam e o crepúsculo solar nos avisava que logo
seria noite...
De mãos dadas e em fila indiana o grupo era constantemente
empurrado por outros peregrinos. As conversas foram cedendo espaço ao silêncio
quebrado somente por um ou outro palpite azedo de “acho melhor voltarmos para o
hotel”. O grupo perdia as esperanças e já eram quase 2 km sem progressos.
Outra vez a maré veio e ensopou todo mundo, pois caminhávamos rente ao mar.
Quando as águas voltaram ao normal, Matheus encontrou um cordão com uma cruz da JMJ preso em seu pé. “Interpretei o fato como um sinal e fiquei muito emocionado. Como era o primeiro da fila ninguém percebeu o ocorrido. Decidi seguir o que me indicava a providência divina: Rezar, com toda a fé do meu coração. Algo que eu tinha me esquecido no meio do sufoco. Senti que não deveria fazer alarde, pois o recado era pra mim. Um líder não pode nunca desanimar porque senão o grupo também desanima”. Em pouco tempo encontramos um lugar próximo ao último telão instalado na praia. Aliviados, montamos nosso acampamento.
Quando as águas voltaram ao normal, Matheus encontrou um cordão com uma cruz da JMJ preso em seu pé. “Interpretei o fato como um sinal e fiquei muito emocionado. Como era o primeiro da fila ninguém percebeu o ocorrido. Decidi seguir o que me indicava a providência divina: Rezar, com toda a fé do meu coração. Algo que eu tinha me esquecido no meio do sufoco. Senti que não deveria fazer alarde, pois o recado era pra mim. Um líder não pode nunca desanimar porque senão o grupo também desanima”. Em pouco tempo encontramos um lugar próximo ao último telão instalado na praia. Aliviados, montamos nosso acampamento.
O papa impressionou os 3,5 milhões de jovens reunidos para
ouvi-lo. O momento de Adoração e Bênção do Santíssimo Sacramento foi marcante. Os
minutos de profundo silêncio com gente do mundo todo unida em uma só oração,
jamais serão esquecidos.Terminada a celebração vestimos nossos sacos de dormir
e apagamos. Ao contrário do que muitos possam imaginar, dormimos a noite toda. Fez muito frio, o mar estava revolto, mas só
de não ter chovido já foi um verdadeiro milagre...
A Missa de Envio foi excepcional. Cantos maravilhosos entoados por grandes nomes da música católica, inclusive padres famosos. No final, o Papa anunciou a Cracóvia, na Polônia, como sendo sede da próxima Jornada, no ano de 2016. Cansados, decidimos ficar mais alguns dias para conhecer melhor o Rio de Janeiro.
Sobrevivemos mais uma vez...
Às
6h40 do domingo, dia 28, o sol nasceu vitorioso e triunfante sob aplausos da
multidão que já começava a despertar. Uma italiana próxima a nós exclamou: “Que
belo!”. Vencemos mais uma noite em que dormimos sob as estrelas para aguardar uma
Missa do Papa. [Em 2007 no Campo de Marte em São Paulo, em 2011 no Aeródromo de
Cuatro Vientos em Madrid e agora em 2013 na praia de Copacabana, experiências
completamente distintas]. Quando o Papa chegou ao palco foi apresentado o maior
flash mob do mundo com a participação de 3,7 milhões de pessoas.A Missa de Envio foi excepcional. Cantos maravilhosos entoados por grandes nomes da música católica, inclusive padres famosos. No final, o Papa anunciou a Cracóvia, na Polônia, como sendo sede da próxima Jornada, no ano de 2016. Cansados, decidimos ficar mais alguns dias para conhecer melhor o Rio de Janeiro.
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