As atitudes, as palavras bem articuladas e o exemplo
inquestionável de humildade, fizeram do Papa Francisco uma das personalidades
mais admiradas do planeta atualmente. E nós, que vivenciamos de pertinho aquela
semana inesquecível no Rio de Janeiro, podemos confirmar isso. Carismático,
perspicaz e com discurso arrebatador, o Pontífice cativou o país e o mundo
durante a Jornada Mundial da Juventude.
Jamais nos esqueceremos do dia 22 de julho de 2013, data da
primeira vez que vimos o Papa Francisco. Por volta de 14h, as ruas do centro da capital já estavam tomadas de peregrinos e cariocas de todas as idades. Arrumamos
um lugar próximo às grades instaladas ao longo da Avenida Rio Branco com a
Almirante Barroso. Policiais militares e guardas municipais monitoravam o
percurso. Um cordão de voluntários foi formado.
Fizemos muita bagunça nas quase
três horas em que aguardávamos a chegada do Santo Padre. Saudávamos peregrinos
do outro lado da rua, líamos os crachás dos voluntários e interagíamos com eles
ora em inglês, ora em espanhol. Surgiu ai o jingle: “Corre voluntário, corre
voluntário”, utilizado a cada vez que era preciso reorganizar o cordão de
isolamento. Cumprimentávamos quem passava fazendo uma miscelânea de idiomas que
por fim perguntavam de onde éramos. Os brasileiros mais próximos não continham
as risadas com essa algazarra que quase nos deixou sem voz.
Às 16h o Papa
desembarcou na Base do Galeão e a partir daí começamos a nos aglomerar em torno
das pessoas que tinham TV no celular para seguir os passos de Francisco pela
cidade. A expectativa era grande e os jingles foram se adaptando conforme a tarde
caia, mas não tirava o entusiasmo da galera: “Uhu Papa chegou” foi um dos mais
usados.
Por volta de 17h20 eis que surge o papamóvel. A multidão gritava euforicamente: “Francisco!
Francisco!”. A gente não sabia se olhava, se fotografava, se filmava ou se
fazia tudo isso ao mesmo tempo. O sucessor de Pedro estava ali, na nossa
frente, a pouquíssimos metros de distância. Então, ele acenou em nossa direção.
Indescritível. Emocionante! Segundos que vamos guardar para todo o sempre na
memória...
Bote Fé!
No entanto, foi o discurso do Santo Padre, nas areias da Praia de Copacabana, que nos impulsionou a novas percepções de vida. De tudo que ouvimos, nada fez tanto sentido e se encaixou perfeitamente em nosso cotidiano quanto o trecho a seguir, pronunciado no ato de Boas-Vindas [25 de julho]. Interessante, que na segunda-feira após a Jornada, quando ainda estávamos no Rio e visitamos uma livraria, qual foi a minha surpresa ao deparar-me com que aquela incrível frase, escrita em um quadro negro como pensamento do dia. Como eu ainda não havia decorado, pedi um papel para a funcionária e anotei...
"Bote fé, o que
significa? Quando se prepara um bom prato e vê que falta o sal, você então 'bota' o sal; falta o azeite, então 'bota' o azeite... 'Botar', ou
seja, colocar, derramar. É assim também na nossa vida, queridos jovens: se
queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam
e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: 'bote fé' e a vida terá
um sabor novo, a vida terá uma bússola que indica a direção; 'bote esperança' e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte
já não será escuro, mas luminoso; 'bote amor' e a sua existência será como
uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará
muitos amigos que caminham com você. 'Bote fé', 'bote esperança', 'bote amor'!"
É uma das marcas de Francisco que quero carregar para sempre comigo...Claro que houve outras falas memoráveis na Via Sacra de sexta, na Vigília de sábado e na Missa de Envio do domingo...Mas essa do Bote Fé, é realmente inspiradora...
É uma das marcas de Francisco que quero carregar para sempre comigo...Claro que houve outras falas memoráveis na Via Sacra de sexta, na Vigília de sábado e na Missa de Envio do domingo...Mas essa do Bote Fé, é realmente inspiradora...
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