Já há um bom tempo que na madrugada de Corpus Christi ajudo
voluntariamente na confecção dos tradicionais tapetes da Paróquia do Mártir São
Sebastião. É um trabalho difícil, confesso, não o tapete em si, pois é muito
prazeroso fazer, mas enfrentar as baixas temperaturas e as muitas horas
agachados sobre o asfalto para dar conta do recado.
Para quem não sabe, o
trabalho começa dias antes com a pintura das serragens e arrecadação de cascas
de ovo, borra de café, tampinhas e outros materiais recicláveis. Na noite que antecede a
solenidade do Corpo de Cristo, com os materiais preparados, costumamos
nos reunir para fazermos um lanche e nos distrairmos até dar a hora
programada [geralmente 03h da manhã].
Juntos, nos dirigimos ao local previamente
selecionado. Várias equipes atuam ao longo do percurso e cada uma usa a sua
criatividade para confeccionar os famosos tapetes. Esta diversidade, união e cores que
transformam esta experiência em algo rico e que agrega ao nosso cotidiano. Em um dia a dia cada vez mais corrido e atarefado, conseguimos fazer uma pausa para extravasar a nossa criatividade, estimular a nossa paciência com cada contorno, retoque e desenho. Antes de mais nada, uma atitude de fé e devoção.
É muito legal também dar uma paradinha e ver como as
outras pessoas trabalham, se despojam e humildemente preparam tudo para que,
horas depois, o Santíssimo Sacramento possa passar. O resultado quase sempre
surpreende!
Mesmo que não sejamos exímios artistas plásticos, gostamos sempre
do que foi produzido. Claro, existem verdadeiras obras de arte [que não é o
nosso caso] mas a intenção não é essa, mas sim ofertarmos o nosso melhor, o
nosso suor e dentro das nossas possibilidades, oferecer a nossa parcela de
contribuição para este tradicional evento católico. É muito gratificante. Se um
dia tiver a oportunidade, participe você também!
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